Um grupo de pesquisadoras da Universidade Federal de Minas Gerais criou uma calculadora de risco de morte de pacientes com a COVID-19 para auxiliar profissionais da saúde que atuam na linha de frente do combate à pandemia.
A ferramenta já está disponível (clique aqui para acessar a calculadora) e utiliza dados objetivos gerados durante a admissão dos pacientes nos hospitais, permitindo identificar o subgrupo de pessoas com maior risco de morrer.
A calculadora utiliza um “escore” (avaliação estatística de risco de morte que utiliza dados clínicos dos infectados) desenvolvido com base nas informações de, aproximadamente, 4 mil pacientes. Sua eficiência para descrever o risco de morte foi confirmada em outro grupo com mais de 1 mil pacientes.
Foram coletados dados de prontuários de pacientes internados no Brasil e na Espanha, além de informações clínicas e laboratoriais relacionadas ao maior risco de mortalidade.
Por isso, a calculadora só pode ser usada nesses dois países até que sejam feitos estudos que garantam bom desempenho em outras localidades. Além disso, a equipe de pesquisa ressalta que a ferramenta, apesar de muito eficiente, não deve ser considerada uma substituta para a avaliação médica, pois o risco foi calculado levando-se em conta o tratamento recebido em ambiente hospitalar.
A pesquisa contou com o esforço colaborativo de 150 profissionais de saúde de 36 hospitais, assim como de estatísticos, administradores e estudantes de medicina e de enfermagem.
Segundo uma das líderes do grupo de pesquisadoras, a médica Milena Soriano Marcolino, pós-doutora em Infectologia e Medicina Tropical e professora da UFMG, as informações obtidas por meio da calculadora podem “auxiliar a equipe a identificar pessoas que necessitam de reavaliações mais frequentes, além de ajudar a decidir a alocação de vagas de UTI”.
O trabalho é resultado de um esforço conjunto entre profissionais da Faculdade de Medicina e do Instituto de Ciências Exatas da UFMG.
Outra das coordenadoras do grupo, a doutora em Estatística Magda Carvalho Pires, que também leciona na universidade, ressalta que essa ação conjunta foi “fundamental para o bom desenvolvimento do projeto, pois propiciou a aplicação eficiente de métodos estatísticos modernos na prática clínica em um cenário ímpar e relevante como o que estamos vivenciando com a COVID-19”.