Nova publicação científica da Rede de Teleassistência de Minas Gerais


02.03.2020

Foi publicado em fevereiro de 2020, na revista Heart BMJ, um artigo produzido pela equipe da Rede de Teleassistência de Minas Gerais (RTMG) através do estudo PROVAR+ (Programa de Rastreamento da Valvopatia Reumática e Outras Doenças Cardiovasculares) intitulado “Atrial fibrillation detection with a portable device during cardiovascular screening in primary care”.

A fibrilação atrial é a arritmia sustentada mais comum em adultos e idosos, e está associada a vários eventos graves, como o acidente vascular encefálico e outros eventos embólicos. Apesar de sua gravidade, muitas vezes a fibrilação atrial não apresenta sintomas e seu diagnóstico é frequentemente tardio. Nesse estudo, durante cinco dias, 1.518 pacientes de regiões de baixa renda da rede de Atenção Primária de Montes Claros-MG, em fila de espera por um ecocardiograma no SUS, foram consecutivamente submetidos à avaliação clínica e à estratificação de risco cardiovascular através de escore derivado do estudo. A seguir foram rastreados para fibrilação atrial com o MyDiagnostick®, um dispositivo simples e de baixo custo com o formato de um bastão, que registra um ECG de 1 derivação e sinaliza com luzes a presença ou não da arritmia. Ele é utilizado com preensão única bimanual do bastão por 1 minuto, e o exame foi considerado positivo quando o dispositivo sinalizou a presença de fibrilação atrial. O método padrão-ouro para o diagnóstico de fibrilação atrial foi o eletrocardiograma (ECG) convencional, laudado por um cardiologista através de telemedicina. Pacientes com risco cardiovascular intermediário foram submetidos ao ECO de rastreamento com aparelho ultraportátil. Indivíduos com alterações ao ECO de rastreamento ou de risco cardiovascular alto, além de uma amostra dos pacientes de baixo risco, foram submetidos ao ECO convencional, realizado localmente por um médico.

A prevalência de fibrilação pelo MyDiagnostick® foi 6,4%, sendo maior em pacientes de alto risco cardiovascular (12,6%). A prevalência também foi maior em indivíduos idosos com >65 anos (9,3%) comparados àqueles <65 anos (4,8%). Notadamente, a presença de fibrilação atrial detectada pelo dispositivo portátil associou-se independentemente com a presença de doença cardíaca detectada ao ECO convencional (OR=3,9). O dispositivo MyDiagnostick®, comparado ao ECG convencional, apresentou alta sensibilidade (90,2%) e especificidade (84,0%) para detecção de fibrilação atrial.

A partir do estudo concluiu-se que o rastreamento com um dispositivo portátil e de custo relativamente baixo pode ser não apenas uma ferramenta para detecção precoce da arritmia fibrilação atrial na Atenção Primária, como também uma estratégia que pode auxiliar na identificação de indivíduos sob maior risco cardiovascular, que devem ser priorizados nas redes de encaminhamento”.

                                             

Leia o artigo completo aqui:

https://heart.bmj.com/content/early/2020/02/04/heartjnl-2019-316277

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