23.04.2019
A retinopatia diabética é uma das principais causas de cegueira na população economicamente ativa. Seu diagnóstico precoce e tratamento oportuno são essenciais para prevenir a perda da visão. Entretanto, o acesso da população diabética ao exame oftalmológico regular para detecção da retinopatia continua a ser um desafio.
O estudo realizado pela equipe da Rede de Telessaúde de Minas Gerais (RTMG) e publicado na revista Telemedicine and e-Health avaliou a aplicabilidade e a viabilidade econômica da teleoftalmologia para triagem da retinopatia diabética, baseada em fotografias do fundo do olho (retinografias) realizadas em dois Centros de Atenção Especializada no interior de Minas Gerais e analisadas remotamente por oftalmologistas da RTMG.
Foram examinados 2.662 olhos de 1.331 pacientes nas cidades de Viçosa e Santo Antônio do Monte. A presença de retinopatia diabética foi verificada em 394 pacientes (29,6%), com 28 pacientes (2,1%) apresentando evidência de retinopatia avançada, de alto risco.
A avaliacão econômica concluiu que, para a situação estudada sob uma perspectiva de saúde pública, a teleoftalmologia foi viável e custo-efetiva, reduzindo em mais de 95% os custos do encaminhamento, quando comparada ao exame oftalmológico presencial. Além disso, a teleoftlamologia reduziu rapidamente a demanda reprimida por exame de fundo de olho de pacientes diabéticos nos dois locais, com diagnósticos precoces e encaminhamentos para tratamento/acompanhamento especializado.
Neste contexto, a telemedicina mostrou ser uma ferramenta importante para facilitar acesso, reduzir o tempo de espera e, consequentemente, permitir o diagnóstico mais precoce e encaminhamento para tratamento dos pacientes diabéticos com retinopatia, com um custo muito menor para o sistema de saúde.