“Dos vinte municípios mato-grossenses que participam da capacitação em telediagnóstico para eletrocardiograma, cinco fizeram adesão pela primeira vez ao serviço. A capacitação é realizada esta semana em Cuiabá e Sorriso pelo Telessaúde, uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) e o Hospital Universitário Júlio Muller.
Cocalinho, Porto dos Gaúchos, Vila Rica, Carlinda e Novo Santo Antônio garantirão exames de eletrocardiograma na rede básica de saúde à população. Daniela Borges, enfermeira e coordenadora de Atenção Básica de Vila Rica, município localizado a 1.273 km de Cuiabá, não disponibilizava eletrocardiograma na rede básica de saúde.
“Os pacientes tinham que procurar outros municípios ou pagar o exame na rede particular”, conta Daniela, comemorando a adesão de Vila Rica ao telediagnóstico. A prefeitura adquiriu um aparelho de eletrocardiograma que será instalado em uma unidade da região central da cidade, mas, segundo a enfermeira, outras três unidades serão contempladas.
Também participam da capacitação Alto Boa Vista, Nova Marilândia, Nova Xavantina, Querência, Santo Afonso, Santo Antônio do Leste, Santo Antônio do Leverger, Araguaiana, Arenápolis, Sapezal, Ipiranga do Norte, Nova Mutum, São José do Rio Claro, Novo Horizonte do Norte, e Sorriso.
Parceria
O curso marca o início de uma parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o Núcleo de Telessaúde de Minas Gerais. A partir de agora, profissionais de Minas Gerais é que farão o telediagnóstico para Mato Grosso, sem custos ao erário. O programa é financiado pelo Ministério da Saúde.
O técnico em Tecnologia da Informação do Telessaúde MG, Carlos Henrique de Souza, informa que o núcleo conta com 47 profissionais administrativos e 13 cardiologistas que garantem resultados imediatos para casos de urgência e até quatro horas para pacientes eletivos.
Carlos Henrique destaca a economia que o telediagnóstico proporciona à rede pública de saúde. Segundo o técnico, para cada R$ 1,00 investido em telediagnóstico há uma economia de R$ 5,05. “As prefeituras deixam de transportar pacientes para realizar o exame em outros municípios e o cidadão tem acesso muito mais rápido ao serviço”, pontua.
Também estão em Mato Grosso para a capacitação o técnico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Emerson Costa Silva, que desenvolveu a Plataforma Nacional de Telediagnóstico, e a enfermeira Helen Lisboa Alves, também do Telessaúde MG.
A coordenadora do Telessaúde MT, Maria Conceição Villa, lembra que Mato Grosso é o terceiro estado do País a aderir ao telediagnóstico em eletrocardiograma. O 1º foi o Acre, seguido da Bahia.
Regina Paula de Oliveira Amorim Costa, coordenadora da Atenção Primária da SES/MT, fala da importância da capacitação e da adesão dos novos municípios. “O Telessaúde é uma ferramenta moderna e fundamental para a redução das filas para diagnósticos e também para consultas. A SES participa da coordenação do programa na articulação, desenvolvimento de projetos, recursos financeiros e está à disposição dos municípios. Estamos trabalhando para conseguirmos o maior número de adesões possível”, pontua.
Telessaúde
É um programa implantado há três anos em Mato Grosso, e que consiste em ofertar teleconsultorias, telediagnóstico e cursos aos profissionais da rede pública de saúde, por meio de uma plataforma na internet.
O Telessaúde evitou que 50% dos pacientes do Sistema Único de Saúde atendidos nas Unidades Básicas de Saúde, que necessitavam de encaminhamento por um médico, entrassem na fila da regulação em busca de serviços especializados em 2017.
Ao qualificar 8.103 profissionais de saúde servidores estaduais e municipais de Mato Grosso pelo Tele Educa MT (unidade de tele-educação do programa Telessaúde Mato Grosso), a Secretaria de Estado de Saúde deixou de gastar R$ 6 milhões somente no ano passado.”
Fonte: SES-MT. Disponível em: <http://www.saude.mt.gov.br/noticia/5147>. Acesso em 26Fev 2018.