O termo “economia colaborativa “ (ou sharing economy) surgiu em meados dos anos 2000 para denominar uma nova forma de negócios que surgiu da constatação que existem recursos produtivos que são subutilizados. Promover o uso dessa capacidade ociosa é vantajoso para o “dono” do recurso, pelo aumento da escala, e para o “tomador” do recurso que concentra seus esforços no negócio em si.
A Rede de Teleassistência de Minas Gerais, com experiência de ter realizado mais de 3 milhões de atividades de telediagnósticos e teleconsultoria em 10 anos, acredita que compartilhando essa experiência irá propiciar um melhor ambiente de negócios na telessaúde, facilitando a criação de novas empresas e consequentemente universalizando, a baixo custo, o acesso a saúde.
Apesar dos grandes avanços das Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC) e das características geográficas, sociais e econômicas favoráveis a telessaúde no Brasil, essa ainda não é uma atividade econômica significativa. As razões estão basicamente ligadas ao negócio em si:
Alto investimento na infraestrutura – os investimentos na infraestrutura de TI para se montar uma empresa de telessaúde são consideráveis e, consequentemente, também o são os custos de depreciação e manutenção, além da remuneração do capital investido. A título de exemplo, a tabela abaixo mostra uma estimativa dos investimentos para um sistema de telecardiologia (laudos de ECG a distancia):
Número de pontos remotos no sistema: | 50 |
Número mensal de ECG por ponto: | 50 |
Número mensal total de ECG: | 2.500 |
Estrutura de TI para o Núcleo Central | 155.000,00 |
por ponto | 5.000,00 |
para 50 pontos | 250.000,00 |
Elevado custo fixo – uma das características da telessaúde são os elevados custos fixos, custos que devem ser arcados independente do nível de atividade. Essa característica, associada ao fato que telessaúde no Brasil não é ainda de amplo conhecimento pelos usuários, faz com que o tempo para se atingir um nível de atividades no qual as receitas cubram os custos (o chamado ponto de equilíbrio) seja longo. Como consequência, além do elevado investimento, é preciso um elevado capital de giro. Para o sistema de telecardiologia acima mencionado, estimam-se os seguintes custos operacionais:
Pessoal técnico-administrativo | 20.400,00 |
Plantão de cardiologia | 8.000,00 |
Manutenção equipamentos | 2.312,50 |
Depreciação equipamentos | 5.187,50 |
Outros custos | 2.000,00 |
Disponibilidade de Sistemas de Telessaúde – quem pretende iniciar um negócio de telessaúde terá dificuldades para encontrar no mercado um sistema integrado de telessaúde que atenda suas necessidades. Isso implica em custos adicionais e experiência prévia, pois apesar de tecnicamente a aplicação das TICs estar bastante difundida, existem características que são peculiares à aplicação em telessaúde.
Carência de pessoal qualificado – por ser uma atividade relativamente recente, o mercado de profissionais técnicos e clínicos qualificados para telessaúde é restrito. As atividades clínicas a distancia e presencial tem características distintas que podem resultar no sucesso ou fracasso da atividade.
A partir da experiência da Rede de Teleassistência de Minas Gerais, propomos uma solução simples e lógica para os problemas acima mencionados: compartilhamento de estruturas. Além de outros serviços, oferecemos a novos empreendedores na telessaúde, o compartilhamento da nossa estrutura tecnológica e clínica através de um sistema de franquia: o franqueado faz um pequeno investimento inicial fixo e pagamentos mensais em função da quantidade e tipo de serviços utilizados.
Vantagens para o franqueado
Vantagens para a Rede de Teleassistência de Minas Gerais
A principal vantagem para a RTMG é aumentar a utilização do sistema e, consequentemente, reduzir o custo na prestação de serviços. Visto que a RTMG é uma entidade sem fins lucrativos, o retorno financeiro proporcionado pelo aumento de escala é aplicado em novos desenvolvimentos, permitindo uma maior utilização da telessaúde tanto no setor público como privado.
São diversas as aplicações do nosso compartilhamento:
Clínicas e hospitais
Consórcios municipais de saúde
Empreendedores
Serviços públicos de saúde municipais ou estaduais
Gestoras de Planos de Saúde
Após a constituição da pessoa jurídica e assinatura de um contrato de franquia para compartilhamento das infraestruturas, o franqueado desenvolve um site na internet para sua empresa. Nesse site, além das informações pertinentes a empresa, existirá um link pelo qual o solicitante poderá enviar o arquivo com as informações do exame. Esse arquivo é direcionado ao nosso sistema que distribui entre os médicos de plantão. Após o laudo, o resultado é direcionado e disponibilizado ao solicitante no site da empresa. Analogamente, o sistema funciona também para teleconsultorias.
Mensalmente o sistema contabilizará o número e tipo de atividade (laudos e/ou teleconsultorias) e emitirá uma fatura descriminando todo o serviço prestado.
Criar um negócio em telessaúde, assim como em todos os outros, requer conhecimentos específicos, particularmente pelo fato de ser uma disciplina multi-profissional. O aprendizado nos últimos dez anos da RTMG a qualifica a efetivamente auxiliar seus franqueados em diversos aspectos, tais como:
Escolha e especificação de equipamentos
Dimensionamento e capacitação de pessoal
Análise de viabilidade econômica e financeira
Desenvolvimento de novas aplicações em telessaúde